O Cheiro do Ralo





O cinema nacional clama por reconhecimento, patrocínio e prestígio.

Temos grandes profissionais, atores, roteiristas, diretores. Imagino que a questão “investimento” deva podar grandes sucessos. Porém, a boa vontade, a credibilidade, o profissionalismo conseguem transpor essa pequena barreira.

É o caso de “O Cheiro do Ralo”. Baseado no livro do cartunista Lourenço Mutarelli, o filme dirigido por Marçal Aquino e protagonizado por Selton Mello custo pouco mais de R$ 300 mil reais.

No começo me chamou atenção o figurino, a fotografia, o cenário de uma São Paulo castigada pelo tempo, esquecida pelo governo e que castiga a todos que nela moram.

Dois elementos são o foco do filme, o fedor que vem do ralo do banheiro e, a importância nacional, a bunda da mulher brasileira!

O filme ganhou alguns prêmios, como o merecido “melhor ator” a Selton Mello no Festival do Rio 2006 e outro na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, também no final de 2006 quando recebeu o prêmio de melhor filme e menção honrosa a todo o elenco.

Este, sinceramente, não consegui entender.

Com o desenrolar do filme me senti perturbada. Não pelo o que o filme quer perturbar: a ignorância e indiferença como a personagem de Selton trata seus possíveis clientes, o valor dado por ele a cada objeto, a menina viciada que vende coisas casa para conseguir dinheiro para comprar mais drogas...

Fiquei perturbada pelo mal gosto. Pela importância dada às coisas e a falta de mensagem do filme. Li muitas críticas positivas sobre ele, mas não consigo analisa-lo dessa maneira.

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